Encontro #1

O primeiro encontro, em um cinema, na primeira sexta-feira do ano. Usei meu melhor perfume e a roupa mais 'descolada', queria causar uma boa impressão. Cheguei antes do horário marcado, estava ansioso. Ele se atrasou, cheguei a pensar que havia desistido. Resolvi esperar por mais um minuto, foi o suficiente. Era ainda mais lindo do que eu imaginei. Com certa timidez entramos direto para a sessão, escolhemos as poltronas mais reservadas, afinal, era nosso primeiro encontro e toda privacidade era necessária. Ele me contou das vezes que me viu na rua e de como se sentia em estar comigo naquele momento. Quanto mais ele falava, mais admiração eu sentia. Uma sinceridade impressionante, inocência nos gestos, maturidade nas palavras. Nossa afinidade me encabulava. Uma "compatibilidade" que eu ainda não havia visto em ninguém. O beijo foi conseqüência. Sentimentos se confundiam. Eu estava me "apaixonando" por um "garoto diferente de todos". Tentei resistir, parar no primeiro beijo, não pude, meu coração não permitiu. Muito além de atração, algo muito maior. Saímos da sala de projeção antes mesmo do término do filme. Decidimos caminhar, o destino não importava. O fato de estar junto era suficiente para esquecer de tudo. Como se existisse apenas duas pessoas no mundo, duas pessoas que se completavam. O tempo passou muito rápido, chegou à hora da despedida, foi triste. Nossos corpos não queriam se separar, infelizmente, era preciso. Fui para casa, não conseguia dormir, só pensava nos "momentos" compartilhados. Sim, ele me conquistou e eu não sabia o que fazer. Um incompreensível sentimento de culpa foi superado. Vivemos sem arrependimento. Uma intensidade absurda fez de cada momento incomparável, inesquecível...

Quatro minutos

Pense como se nos restasse apenas quatro minutos. Quatro minutos para te olhar. Quatro minutos para sentir seu perfume e o calor do seu corpo. Quatro minutos pra ouvir sua voz, como música para meus ouvidos. Quatro minutos para um beijo, sim, o último beijo para demonstrar "nossos sentimentos". Apenas quatro minutos de um amor eterno...

'Brainstorm'

Sozinho, busco palavras para descrever o que sinto nesse momento. Triste? Não mais, não por você. Vazio, busco palavras para descrever o "indescritível". Entre falsos sorrisos, a ansiedade está estampada em meu rosto, mas nada foi esquecido. Não me surpreendo com antes. Pecados, tragédias "brainstorm". Loucuras parecem sensatas, ao menos nesse instante. Sem uma definição, apenas incompleto. "Acordei" para a realidade, "talvez" tarde demais. Não sei o que devo fazer. Uma "tempestade" está prestes a cair e ninguém parece se preocupar...

Caminhos

Por mais que você tente negar, consigo sentir "algo além do que demonstra". Seu olhar não é mais o mesmo, parece não ter direção. Estou confuso, não sei mais o que dizer. Tentei te preservar, mas chegou a um ponto que, não mais tive como "esconder" o que realmente estava acontecendo. Sinto por não ser aquela pessoa que você conheceu, por ter te causado tanta decepção. Não sou vítima de nada. Como você diz, "tudo é consequência das minhas escolhas". Mesmo que esse não seja o melhor dos caminhos, é o "caminho" que escolhi...

Medo de que

Sem ao menos me questionar, tomo atitudes de extrema repercussão "live and let die". O novo me atrai, me fascina, riscos existem, mas e você, tem medo de que? Seria da solidão? O "não ter ninguém do lado pra compartilhar". Não é o meu maior medo, o "estar sozinho" não me assusta tanto. Sim, preciso repensar esse meu "modo de agir", mas sou apenas reflexo do mundo em que vivo...

Revelações

Não foi fácil. Sua reação não me surpreendeu. Tive que ser forte, ter coragem o suficiente pra revelar tudo. Contei detalhes que você desconhecia, fatos que foram distorcidos por outras pessoas. Fiz minhas revelações. Lágrimas pareciam querer escorrer de meus olhos, mas não te dei o prazer de me ver chorar. Compreendo sua raiva, sua desaprovação. Seria uma tolice esperar seu "apoio", afinal nunca o tive. Não mais tenho segredos, não preciso inventar desculpas, justificar minhas ações. Queria que fosse diferente, mesmo sabendo que nem sempre as coisas serão como eu quero que sejam. Até me conformo com seu olhar de desprezo. Nunca soube o que é "amor incondicional". Nunca te julguei, mas da pior maneira está me julgando. Sigo "minha vida", bem diferente de você que parece ter "parado" no tempo...

Lembrar de mim

Você ainda vai lembrar de mim. Não minta, não tente distorcer os fatos. "Set U'r spirit free", não espere minha "compreensão". Onde quer chegar com essa conversa sem sentido? Eu teria pensado melhor antes de tomar qualquer decisão. Seu "arrependimento" é apenas consequência. Não sinto mais nada "take it or leave it". Não precisa negar, sei que você ainda vai lembrar de mim...

Aprendi a lição

Sempre estive ausente, nunca lhe dei a devida atenção, desde sua infância fui me afastando aos poucos até o dia em que você não mais sentiu minha falta. Era normal que eu estivesse fora, em alguma viagem ou mesmo a trabalho. Nada podia faltar, o meu "materialismo" deixou em ruínas nossa relação. O principal não fui capaz de oferecer. Te perdi pelo egoísmo. Guardo fotos desde o seu nascimento, em poucas apareço a seu lado. Não há como voltar no tempo e corrigir "meus erros". Queria poder te abraçar, mas nossa distância tornou isso impossível. Me fez lembrar quando se aproximava, querendo carinho e atenção, eu sempre muito cansado ignorava sua presença, às vezes você até chorava e numa atitude impensada te chamava de "criança mimada". Em sua adolescência não fui seu amigo, não te falei das "descobertas" que estavam por vir. Não estive presente pra aconselhar quando mais precisou. Tento imaginar como se sentiu todo esse tempo. E se hoje não se entrega em suas relações, se é um adulto "amargo", não posso culpá-lo, sei que tenho grande parte dessa "culpa". Não sou a pessoa ideal pra fazer cobranças, não tenho esse direito, infelizmente. Aprendi a lição (U'r Dad)...

Crise existencial

Não consigo descrever os motivos que me deixaram assim. Talvez eu saiba como agir em condições graves, fatos de extrema pressão psicológica, mas "fatos banais" me atormentam. Na verdade esses acontecimentos não são tão banais assim e nem tão fáceis de resolver como todos insistem em me dizer. Uma "crise existencial", não importa, sei apenas que o "beautiful boy" está mal, num estágio que dizem ser "tristeza". Ao menos tento evitar que me vejam assim, essa não é a expressão que quero ter em meu rosto. Até tentaram me alegrar com alguns artifícios. Não quero "artificialidade", preciso viver minha "realidade", resolver meus problemas, alcançar minha "estabilidade". Quando isso irá acontecer? Boa pergunta. O caminho está escuro, mesmo assim consigo ver um ponto de luz, pode ser miragem, mas como sempre irei arriscar. Posso estar me "matando" aos poucos, mas só irei descobrir quando chegar ao "fim da linha"...

'Put a keep a real'

Imagine “jovens” que aproveitam à vida de maneira intensa, talvez inconseqüente às vezes, mas de forma a tornar cada minuto inesquecível. Não faz tanto tempo assim que fui ou ao menos tentei ser um deles. Acho que era como um irmão. Fizemos muitas loucuras, “put a keep a real”, bem mais do que eu podia prever. Parece incrível como em tão pouco tempo, tanta coisa aconteceu. Poderia estar com eles agora, mas a vida se encarregou de me colocar em outro caminho. Sinto saudade, penso porque estou aqui sozinho, se poderia estar junto. Respostas são coisas que procuro a todo instante. Depois de acontecimentos alheios à minha vontade, precisei decidir. Não me sinto tranqüilo, não sinto que possa estar fazendo falta a eles. Se algo bom a meu respeito ficou, isso me conforta. Desejo felicidade a todos e que se encontrem naquilo que decidirem fazer da vida. Guardo boas lembranças de cada um. O reencontro talvez nunca mais aconteça...

Procrastinação

Porque adiar, porque deixar sempre pra depois? Aquele momento não vai voltar, a oportunidade de dizer "te amo" talvez nunca mais aconteça. O que vai fazer a respeito? Vai continuar com essa vida "incompleta". Tudo vai passar e você nunca tomará a atitude. Esse seu medo chega a ser patético. Não estou sendo "insensível", excessivamente realista, talvez. Sua procrastinação me confunde, seu modo de "não fazer nada pra mudar as coisas" me cansa. Sim, estou realmente cansado de tanto repetir as mesmas frases. Tentei incontáveis vezes, não mais vou continuar. Sinto muito, por você...

Uma ligação

O dia tinha sido estressante, nada de bom havia acontecido, achei que acabaria da mesma forma. O telefone toca, uma ligação de "alguém especial", a conversa flui muito bem, tínhamos muito que conversar, em alguns segundos esqueci do dia péssimo que tinha sido até então. Comecei a viajar naquela conversa tão agradável. Sim, deu ânimo a meu dia, trouxe ótimas notícias. O simples fato de pronunciar meu nome era o suficiente pra me fazer sorrir. Quilômetros de distância e algumas horas de viajem nos separam. Essa "distância" nem importa tanto, estamos mais "perto" do que imaginamos. Não farei falsas promessas, nem me iludir. Prefiro acordar arrependido a dormir com vontade...

Simples jogo

Desculpe, pode colocar a culpa toda em mim. Fui insensato, usei de "artifícios", pensei que era um simples jogo. Não podia ter brincado tanto. Nem sei se vai adiantar, mesmo assim quero tentar. Desculpe, pode colocar a culpa toda em mim. Estou assumindo meus erros, essa é a pior parte. Acredite quando eu digo. Por você não mais vou mentir...