Detalhes 'o início'

Prometo não me apaixonar. Ainda hoje insisto em te ligar. Se passaram meses e a "saudade" só aumenta. Você não atende minhas ligações. O medo ainda nos assombra. Seria inacreditável se eu não tivesse vivido. Nosso aniversário de namoro. Havíamos planejado a noite perfeita. Encontro marcado. Um caloroso beijo se misturava as demonstrações públicas de carinho. Não havia motivos para esconder nossa felicidade. A plenitude parecia ter sido alcançada. Jantar romântico e longos passeios pela cidade. A lua cheia iluminava a noite e as estrelas eram testemunhas do nosso amor. Era intenso, cada gesto, cada palavra. Irreal, "sonhos inalcançáveis". Em nosso caminho de volta pra casa, algo muda nossas vidas para sempre. Fomos atingidos de forma brutal por um carro desgovernado. Mesmo percebendo a gravidade o motorista foge sem nos socorrer. Feridos recebemos ajuda de pessoas que passavam pelo local. Na ambulância de mãos dadas, precisávamos de toda a força. O atendimento médico foi rápido. Muitas escoriações. Apesar de tudo eu estava melhor. Ele não teve a mesma sorte. Eu estava confuso. Era preciso avisar sua família. A reação não seria das melhores. A ligação foi feita. Em poucos minutos seus pais chegaram. Não sei como suportei, foi horrível. Eles nos repreenderam mesmo sem saber dos reais fatos. Tomei alguns medicamentos e resolvi ir pra casa, era o mais sensato a fazer. Não consegui dormir, a situação era preocupante. Só pensava no "meu amor". A visita na manhã seguinte foi surpreendentemente tranqüila. Queria lhe dar um forte abraço e um beijo apaixonado, não pude. As revelações estavam próximas. Fiquei por poucos minutos, o suficiente para ver que estava melhor. O convite de um amigo de certa forma me confortou. As horas não passavam. Finalmente a noite chega. Uma ligação me fez sorrir. Ele queria me ver, queria falar comigo. Uma "felicidade instantânea" tomou conta. O mais rápido que pude, cheguei a sua casa. "Ela" me recebeu, mas estranhamente não permitiu minha entrada na casa. Começou a me questionar, eram perguntas que me fizeram perceber que sabiam dos nossos segredos. Inerte, ouvia tudo sem reação. Ao fundo ouvia alguém chorando, era "meu amor". Ele chamava por mim e eu não podia ir a seu encontro, não deixavam. Eu estava me desesperando. Não me contive, gritava seu nome, mas não permitiam nossa aproximação. Era meu namorado, uma intensa paixão. Cruelmente separados. Paixão proibida. O "preconceito" era evidente. Não nos aceitavam. Não nos deixaram explicar. Fui obrigado a partir. A esperança do reencontro ainda persiste, mesmo com o passar do tempo. São coisas que não apenas eu sei, mas com detalhes que talvez só eu entenda...